Dia Nacional do Samba: das periferias para o mundo

Nesta quarta-feira (02/12) é comemorado o Dia Nacional do Samba. O ritmo saiu das periferias do Rio de Janeiro, tomou conta de todo país e virou a marca do Brasil no mundo afora. Por isso é considerado mais que um gênero musical, mas um fenômeno social. continua depois da publicidade O Dia Nacional do Samba […]

Nesta quarta-feira (02/12) é comemorado o Dia Nacional do Samba. O ritmo saiu das periferias do Rio de Janeiro, tomou conta de todo país e virou a marca do Brasil no mundo afora. Por isso é considerado mais que um gênero musical, mas um fenômeno social.

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O Dia Nacional do Samba é comemorado em muitos estados, mesmo que não seja uma celebração oficial. Desde 1960, o Rio de Janeiro e a Bahia têm projetos de lei aprovados que ajudam a manter a memória deste artefato cultural tradicional do Brasil.

Uma breve história do Samba

Para celebrar o Dia Nacional do Samba, vamos fazer um passeio pela história desse gênero musical. Supõem-se que este ritmo tenha surgido no século XIX, com os antigos batuques trazidos pelos africanos que foram escravizados no Brasil. Esses batuques eram relacionados a elementos religiosos que integrava entre os pretos um tipo de comunicação ritualística por meio da música e da dança, da percussão e movimentos do corpo.

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Apesar do Samba ter se consolidado no Rio de Janeiro, alguns relatos históricos trilham o caminho de origem do estilo musical para a Bahia. As pessoas escravizadas que eram trazidas do estado baiano e de outras regiões para a antiga capital nacional criaram comunidades em torno das religiões iorubás.

Dentro desses aglomerados, onde atuavam as mães e os pais de santo os ritmos do batuque aos poucos foram incorporando elementos de outros tipos de música, como a polca e o maxixe. Foi nesse cenário que nasceram as primeiras rodas de samba.

De acordo com Nei Lopes, compositor e estudioso das culturas africanas, uma das possíveis origens da palavra samba seria da etnia quioco, “na qual samba significa cabriolar, brincar, divertir-se como cabrito. Há quem diga que vem do banto semba, como o significado de umbigo ou coração”.

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“Parecia aplicar-se a danças nupciais de Angola caracterizadas pela umbigada, em uma espécie de ritual de fertilidade. Na Bahia surge a modalidade samba de roda, em que homens tocam e só as mulheres dançam, uma de cada vez. Há outras versões, menos rígidas, em que um casal ocupa o centro da roda”, continua Lopes.

O samba começou a se consolidar, enquanto gênero musical mais dominante nos subúrbios e nos morros cariocas, na virada do século XX. O ritmo conquistou espaço relevante na indústria fonográfica e foi usado pela política na época do Estado Novo a partir da década de 30.

Por tradição, os instrumentos mais comumente usados no samba são: instrumentos de corda e percussão, como cavaquinho, violão, pandeiro, surdo e tamborim. Depois que se tornou um ritmo brasileiro popular, o ritmo incorporou novos sons e desenvolveu novas vertentes como: o samba-enredo, marchinhas carnavalescas, o samba de gafieira, o partido alto e o pagode.

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Sambas mais famosos de todos os tempos

A Secretaria Especial da Cultura entrevistou músicos e compositores e fez um apanhado com os nomes e as músicas mais marcantes da história do Samba. Comemore o Dia Nacional do Samba ouvindo a lista de canções a seguir:

  1. O samba é meu dom, de Paulo César Pinheiro em parceria com Wilson das Neves;
  2. Pelo telefone, registrada por Donga e Mauros de Almeida;
  3. Jura, de autoria de Sinhô;
  4. Se você jurar, de Ismael Silva e Newton Bastos;
  5. Feitiço da Vila, de Noel Rosa;
  6. Aquarela do Brasil, de Ary Barroso;
  7. Dora, de Dorival Caymmi;
  8. As rosas não falam, de Cartola;
  9. Canta, canta minha gente, de Martinho da Vila;
  10. A flor e o espinho, de Nelson Cavaquinho;
  11. Samba do grande amor, de Chico Buarque;
  12. Os cinco bailes da história do Rio, de Dona Ivone Lara em parceria com Silas de Oliveira;
  13. Apoteose do Samba, de Wilson Moreira;
  14. Festa do Divino, samba enredo de autoria da Mocidade Independente de Padre Miguel
  15. Lendas e mistérios da Amazônia, de Catoni, Jabolô e Valtenir;
  16. Ily Ayê, de Cabana e Norival Reis;
  17. A voz do morro, de Zé Ketti;
  18. Conceição, de Jair Amorim.