Fim do auxílio emergencial gera queda na renda do país, especialmente no Norte e Nordeste

O benefício de R$ 600 e R$ 300 do governo criado durante a pandemia de coronavírus gerou um crescimento de 4,6% na renda geral do Brasil em 2021. No entanto, o encerramento do auxílio emergencial deve causar uma grande queda nos rendimentos dos brasileiros, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Sem novas parcelas, a expansão […]

O benefício de R$ 600 e R$ 300 do governo criado durante a pandemia de coronavírus gerou um crescimento de 4,6% na renda geral do Brasil em 2021. No entanto, o encerramento do auxílio emergencial deve causar uma grande queda nos rendimentos dos brasileiros, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Sem novas parcelas, a expansão de 2021 deve ser menor que a média nacional.

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“As regiões Norte e Nordeste foram as que tiveram o maior número de domicílios beneficiados pelo Auxílio Emergencial, porque são os locais com maior informalidade. Então, o fim do auxílio afeta bastante a região Norte e, especialmente, o Nordeste”, explicou a economista e sócia da consultoria Tendências, Alessandra Ribeiro, ao G1. Os rendimentos sofreram:

  • Norte: aumento de 13,1% em 2020 e devem cair 8,5% em 2021;
  • Nordeste: aumento de 8,3% em 2020 e devem cair 8% em 2021;
  • Sudeste: aumento de 3,2% em 2020 e devem cair 2,2% em 2021;
  • Sul: aumento de 3,1% em 2020 e devem cair 2,1% em 2021;
  • Centro-Oeste: aumento de 4,2% em 2020 e devem cair 3,8% em 2021;
  • Brasil: aumento de 4,6% em 2020 e devem cair 3,7% em 2021.

O fim do auxílio emergencial aconteceu em dezembro de 2020 com a última parcela paga. Os beneficiários que receberam a cota no último mês do ano passado podem sacar agora em janeiro de 2021. De acordo com a Caixa, o benefício somou um gasto de cerca de R$ 300 bilhões pagos a 67,9 milhões de pessoas.

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Auxílio emergencial não deve ser prorrogado

Até agora não existe nenhuma previsão de continuar com o auxílio emergencial, isso porque não há meios de financiamento sem que o teto seja estourado. A retirada do benefício deve provocar impacto também no Produto Interno Bruto (PIB) do país. Segundo projeções da consultoria entrevistada pelo G1, o PIB sofreu queda de:

  • Norte: 1,9% em 2020 e pode ter crescimento de 2,6% em 2021;
  • Nordeste: 3,8% em 2020 e pode ter crescimento de 2,1% em 2021;
  • Sudeste: 4,5% em 2020 e pode ter crescimento de 2,9% em 2021;
  • Sul: 6,1% em 2020 e pode ter crescimento de 4,1% em 2021;
  • Centro-Oeste: 2,6% em 2020 e pode ter crescimento de 2,5% em 2021;
  • Brasil: 4,4% em 2020 e pode ter crescimento de 2,9% em 2021;

Para este ano, o governo federal está se organizando na reformulação do Bolsa Família como tentativa de incluir novos beneficiários. Dessa forma, o programa social pode contar com novos pagamentos.