A Terra realiza diversos movimentos complexos: ela gira em torno do seu próprio eixo com uma velocidade de 1.656 km/h e se desloca ao redor do Sol a uma velocidade próxima de 108 mil km/h. Com esses movimentos tão rápidos, é normal se questionar: por que, afinal de contas, não sentimos a Terra girar?
A resposta está na Física. Mas, antes de responder à pergunta, primeiro devemos nos atentar ao seguinte fato: não sentimos o movimento, mas as mudanças dele. Por exemplo: se um passageiro está dentro de um avião voando em regime de cruzeiro, com as janelas fechadas e não estiver ouvindo o barulho dos motores, ele não saberá distinguir se está parado ou em movimento e nem para que lado está indo.
Isso acontece porque ele e o avião movem-se com a mesma velocidade. Mas, se o avião mudar bruscamente o seu estado de movimento, como por exemplo, descer bruscamente por conta de uma zona de turbulência, o passageiro terá seu corpo arremessado para cima.
Esse comportamento pode ser explicado pela lei da inércia, a 1ª lei de Isaac Newton, que afirma que todos os corpos tendem a permanecer em seu estado de movimento.
Assim, o avião e tudo que estiver dentro dele tendem a continuar em regime de cruzeiro. Caso a nave mude sua trajetória de forma repentina, tudo que está dentro dela continua com o seu movimento em linha, o que dá impressão de o passageiro está sendo arremessado para cima, pois ele sobe em relação ao avião.
O mesmo ocorrerá com o corpo do passageiro e, inclusive, com seus órgãos. Seguirá em linha leta enquanto a poltrona do avião “desce”, causando a sensação de frio na barriga. Outro exemplo é quando passageiros de um carro são “jogados para fora”, forçados para o lado direito do veículo, quando ele está fazendo uma curva fechada para a esquerda.
Pela inércia, a tendência do corpo do passageiro é seguir em linha reta enquanto o carro mudar de direção. Esta força de inércia para fora é chamada de centrífuga. Esse ser “jogado para fora” lembra o movimento de rotação da Terra, que é quando ela gira em torno do seu próprio eixo. Esse movimento provoca uma força inercial centrífuga nos corpos sobre a sua superfície.
Essa força inicial centrífuga chega ao seu máximo na linha do Equador e inexiste no eixo de rotação, onde estão os polos do planeta. Mas, mesmo na linha do Equador, a força centrífuga é imperceptível aos nossos sentidos.
Já em relação ao movimento de translação, quando a Terra gira em torno do Sol, as forças de inércia e as forças de atração gravitacional são insignificantes em nossos corpos quando em comparação com a força gravitacional do planeta.
As forças de atração gravitacional, por sua vez, não são perceptíveis porque elas agem em tudo que está à nossa volta e não somente no nosso corpo.