Quais formas de vida residem sob o gelo da Antártida? Descubra aqui

Nosso conhecimento a respeito das regiões mais fundas dos oceanos ainda é pequeno, por isso cada descoberta é uma grande conquista.

Ainda que tenhamos uma boa noção a respeito da vida marinha do planeta, as regiões mais profundas dos oceanos continuam pouco desbravadas. Há alguns meses, no entanto, cientistas fizeram uma descoberta incrível nas regiões mais profundas das águas da Antártida.

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Lá, foram encontradas criaturas chamadas de estacionárias, que permanecem apenas em um lugar, assim como acontece com as esponjas marinhas. A descoberta foi feita graças a uma perfuração de uma plataforma de gelo, o que permitiu a identificação de novas espécies marinhas.

Essas perfurações são difíceis de fazer, pois, só para você ter ideia, há mais de 1,5 milhão de Km² de gelo na Antártida, dificultando o alcance. O que se sabia até o momento era que as profundezas dos mares da região contavam com animais como peixes, crustáceos, águas-vivas e vermes.

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Agora, com as novas análises, os cientistas descobriram também a presença dessas criaturas estacionárias, que estão a 1.233 metros do fundo do mar, depois de uma camada de 890 metros de gelo.

Novas espécies

Entre esses seres estacionários estão 22 criaturas com caules e que nunca haviam sido identificadas antes. Elas podem, portanto, fazer parte das classes dos hidroides, dos cnidários, das ascídias, das cirripédias ou das poliquetas. Os cientistas não sabem também há quanto tempo esses animais estão lá e como sobrevivem, por exemplo.

Diferentemente da maior parte de vida no planeta, que precisa da luz solar para sobreviver, essas criaturas marinhas fazem quimiossíntese através dos compostos químicos presentes na água.

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O material analisado graças à perfuração está a no mínimo 625 quilômetros da região mais próxima com fotossíntese, por isso mais estudos são necessários para que se possa determinar a forma como esses animais produzem energia para viver.

“Para responder às nossas questões, teremos que encontrar uma forma de nos aproximarmos desses animais e de seus ambientes, e isso é a 900 metros abaixo de gelo e a 250 quilômetros de distância dos navios onde estão nossos laboratórios”, explicou Huw Griffiths, um dos pesquisadores responsáveis pela descoberta.