Em estudo publicado pela revista científica Science Advances, pesquisadores da Universidade de Münster, na Alemanha, apontam que a Terra e Marte foram formados pelos mesmos elementos.
Com a descoberta, a teoria de que os planetas Mercúrio, Vênus, Terra e Marte foram formados a partir do acúmulo de seixos de poeira milimétricos do sistema solar, por sua vez, é colocada em xeque.
A tese era de que esses planetas rochosos foram formados através da junção das partículas de poeiras do sistema solar interno. Isso até chegar aos tamanhos atuais. Já o novo estudo indica que, na verdade, estes seixos de poeira têm origem no sistema solar externo em direção ao sol.
Vale notar que as ambas as teses foram baseadas em modelos teóricos e simulações de computador capazes de reconstruir as condições do início do sistema solar e da formação de seus planetas.
Segundo Christoph Burkhardt, primeiro autor do estudo, o objetivo era descobrir se os blocos de construção da Terra e de Marte tinham origem no sistema solar externo ou interno.
Burkhardt esclarece também que os isótopos dos metais raros – titânio, zircônio e molibdênio – achados em vestígios minúsculos das camadas externas ricas em silicato dos planetas em questão dão pistas cruciais para a conclusão do estudo.
Com a análise das rochas terrestres e marcianas, os pesquisadores conseguiram verificar que as camadas rochosas externas da Terra e de Marte não têm muito em comum com os condritos carbonáceos do sistema solar externo. De acordo com os pesquisadores, esses condritos representam apenas cerca de 4% dos blocos de construção originais dos planetas estudados.
Thorsten Kleine, professor da Universidade de Münster, explica que a teoria da formação dos planetas internos não pode ser confirmada. Até porque, se a Terra primitiva e Marte possuíssem sobretudo grãos de poeira agregados do sistema solar externo, o valor não deveria ser de 4%, mas sim, quase dez vezes maior.