07 de setembro: conheça alguns fatos que marcaram a Independência do Brasil

O processo de Independência também é o resultado de eventos que aconteciam fora do território brasileiro. Confira alguns fatos sobre o período.

Para entender a Independência do Brasil, é importante saber que esse evento é o resultado de um processo. Vários fatores, disputas, reviravoltas e outros eventos são fundamentais e possuem influência direta na conquista da Independência do Brasil. Vamos fazer uma pequena viagem no tempo?

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Período Joanino

Para começar, precisamos entender que o processo de Independência também é o resultado de eventos que aconteciam fora do território brasileiro. Precisaremos fazer uma visita a Portugal no início do século 19. Naquele momento, essa região e seus governantes temiam o avanço do Império Francês, realizado pelas invasões napoleônicas.

Para evitar que o Reino de Portugal sucumbisse ao Império Francês, o rei de Portugal, Dom João VI, decidiu deslocar a corte para o Brasil, garantindo seu controle sobre o Império Português.

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E a vinda da família real impactou fortemente todos os âmbitos (político, social, econômico, científico e cultura, por exemplo) do cenário nacional, como a abertura de portos, teatros, criação de bibliotecas e academias científicas. Esse momento ficou conhecido como o Período Joanino.

Revolução Pernambucana

Passando o filme da história um pouco mais para frente, em 1814, temos o fim das Guerras Napoleônicas. Contudo, Dom João preferiu permanecer no Brasil e, em 1815, ele eleva o status da colônia ao de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

A permanência da coroa portuguesa no Brasil passou a interferir diretamente na administração política local e das forças militares nacionais, o que não agradou as elites brasileira. Então, em 1817, ocorreu a Revolução Pernambucana, um dos primeiros movimentos antilusitanos.

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O movimento toma a cidade de Recife, fundando uma república. Apesar de ser pautada na igualdade de direitos e tolerância religiosa, ainda não efetivara a abolição da escravidão. Contudo, cerca de dois meses depois, as tropas portuguesas retomaram o controle da cidade e todos os líderes e revolucionários foram executados.

Pressões e revoltas

E as revoltas não pararam. Três anos depois, em Portugal, ocorre uma revolução liberal. O país estava em profunda crise política e econômica devido à invasão francesa. Por isso, os portugueses exigiam o retorno de Don João VI à Portugal e que o Brasil voltasse para sua condição de colônia.

Isso tudo foi organizado pelas Cortes Gerais e Extraordinárias que, além de tudo, desejava redigir uma nova constituição e reformas em Portugal. Esse movimento ficou conhecido como a Revolução Liberal do Porto. Sob pressão e devido a ameaças de ser destituído do trono caso não retornasse, Dom João VI voltou para Portugal no ano seguinte (1821).

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Ele deixou em seu lugar, seu filho, Pedro de Alcântara como príncipe regente do Brasil. Os acontecimentos em Portugal chamaram a atenção da elite brasileira, que percebeu o interesse português em reestabelecer os laços coloniais. Isso, somado ao desgaste dessa classe com algumas intervenções da coroa em assuntos econômicos e políticos, gerou uma onda separatista.

As relações com Portugal ficaram ainda mais tensas devido às medidas, ademais impopulares, tomadas pela Corte Portuguesa, como: exigência do retorno do príncipe regente e a instalação de tropas na capital brasileira, então Rio de Janeiro. Ainda por cima, a maneira desdenhosa com que os portugueses tratavam os representantes brasileiros fomentou ainda mais o sentimento antilusitano nacional.

Dia do Fico

E, em 9 de janeiro de 1822, contrariando as demandas da corte portuguesa, o príncipe Pedro declarou publicamente que permaneceria no Brasil. Essa data ficou marcada como o Dia do Fico.

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A partir de então, o príncipe regente passou a implementar medidas que expressavam o anseio de emancipação brasileira, como a expulsão das tropas portuguesas na capital que não jurassem fidelidade a ele.

Além disso, o príncipe criou um novo ministério, sob a chefia de José Bonifácio, figura que se tornará muito importante no processo de independência do Brasil. Por isso, guarde bem esse nome que daqui a pouco falaremos mais dele.

Nesse ínterim, o príncipe regente foi coroado como imperador do Brasil e recebeu o título de Dom Pedro I. Essas ações geraram um clima de tensão ainda maior com a metrópole portuguesa, que se tornaram ainda mais tensas. Por quê? Porque foi determinado que todas as medidas de Portugal só seriam válidas no Brasil caso fossem aprovadas por Dom Pedro.

“Guerra de Independência” e o 07 de setembro

Contudo, nem todas as regiões brasileiras apoiavam os ideais separatistas. As províncias do Pará, Bahia, Maranhão e da Cisplatina (atual Uruguai) continuavam fiéis à coroa e decidiram fazer frente contra as tentativas de emancipação. Esse episódio ficou conhecido como Guerra de Independência do Brasil, que se estendeu até 1824.

Por outro lado, a ideia da independência foi fortemente apoiada por grupos das regiões Sul e Sudeste. Isso levou Pedro I para a Província São Paulo, onde seria realizada a ruptura definitiva com Portugal. Enquanto estava em viagem, D. Maria Leopoldina atuava como regente na capital.

A caminho da província, no dia 7 de setembro, Dom Pedro é informado da tentativa da corte portuguesa de pressioná-lo a voltar para a metrópole e de anular as medidas tomadas por ele. Em reação, o imperador brada um grito às margens do Rio Ipiranga e declara a Independência do Brasil.

Curiosidades sobre a Independência do Brasil

Mas, um pouco antes disso, sobre a regência de Maria Leopoldina, foi assinado um decreto que já declarava a Independência do Brasil. Esse decreto estava anexado na carta recebida por Dom Pedro às margens do Ipiranga, com recomendações de seu conselheiro, José Bonifácio, para que o monarca declarasse a independência.

A assinatura desse documento ocorreu numa reunião emergencial na capital, especificamente no dia 2 de setembro de 1822, assim que as ordens da coroa portuguesa chegaram às mãos de Maria Leopoldina. Apesar disso, as Guerras de Independência ainda aconteciam no território brasileiro e inviabilizavam a plenitude dos atos da coroa brasileira.

Apenas em 1824 que Dom Pedro assegurou o total controle do território nacional. Com a derrota da resistência, e sem muitos recursos aos quais recorrer, Portugal concordou em negociar o reconhecimento de Independência do Brasil por meio da mediação realizada pelos ingleses.

Independência do Brasil: acordo de 1825

Então, em 1825, finalmente, Brasil e Portugal assinam um acordo, no qual é a coroa portuguesa reconhece a independência da antiga colônia. Mas isso teve um alto custo para os cofres da recém-emancipada colônia.

Até porque a condição da coroa para reconhecer a independência do Brasil foi o pagamento de uma indenização de 2 milhões de libras. Isso levou ao endividamento da recentemente emancipada nação brasileira. Pois então… a independência do Brasil acabou tendo um preço.