Coronavírus: descoberto anticorpo que evita entrada do vírus na célula

Anticorpo foi descoberto ao utilizar estudos da Sars, outra doença respiratória.

De acordo com uma publicação divulgada na Nature Communications, cientistas descobriram um anticorpo que evita a entrada do novo coronavírus nas células. Os estudos foram feitos pela Universidade de Utrecht, localizada nos Países Baixos.

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A base da pesquisa, publicada no dia 04 de maio, girou entorno de outra doença. Nos anos de 2002 e 2003, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) causou uma epidemia e vitimou milhares de pessoas. Já a pandemia de coronavírus se tornou um assunto global por ter se espalhado rapidamente infetando milhões de pessoas e levando centenas de milhares a morte.

Apesar de não ter tido as mesmas proporções de agora, a Sars fez com que muitos cientistas procurassem a cura para evitar mortes.

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Por ter algumas características parecidas, o professor Berand-Jan Bosch, um dos coautores do estudo decidiu avançar com a pesquisa de anticorpos que foi feita na época da Sars. Naquela época, eles obtiveram bons resultados e por isso seguiram na mesma linha.

Segundo o professor o anticorpo descoberto conseguiu neutralizar a infecção do coronavírus em células que foram cultivadas em laboratório. Ao se ligar a uma parte específica do vírus, o anticorpo consegue prevenir que o vírus se espalhe no infectado, sendo que há potencial para se tornar um auxílio em para casos mais graves. Esta segunda parte ainda carece de mais testes.

Uma das maiores vantagens do estudo feito pela Universidade de Utrecht é o de que o anticorpo utilizado na pesquisa já possui origem humana. Geralmente, se começa com anticorpos em outras espécies. Porém, como já havia as indicações da época da Sars, o estudo ganhou um tempo que pode se mostrar precioso.

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Outro detalhe interessante é o de que ao usar anticorpos humanos, há uma grande tendência de que os efeitos colaterais que possam ocorrer sejam mínimos.

Mais pesquisa sobre o anticorpo serão feitas

Apesar das boas notícias, os cientistas afirmam que ainda é preciso realizar mais pesquisas e testes para que finalmente o anticorpo possa se tornar uma forma de tratamento comum. De qualquer forma, eles fizeram questão de salientar que estão procurando novos caminhos e ao mesmo tempo aperfeiçoando a descoberta.