Nesta terça-feira (05/05), entidades que representam os auditores fiscais (esfera municipal, estadual e federal) abriram processo contra Paulo Guedes por danos morais aos servidores.
A ação foi protocolada na Justiça Federal de Brasília, com o objetivo de demandar a indenização no valor de R$ 200.000,00 por seu discurso em que comparou os funcionários públicos a “parasitas”.
De acordo com a nota das entidades representativas, o valor deverá ser revertido no combate à pandemia do novo coronavírus no Brasil.
“O ministro Paulo Guedes é irresponsável ao utilizar o cargo e a visibilidade de sua imagem para tentar convencer os brasileiros de um discurso que ofende os servidores públicos”, destacou Charles Alcantara, presidente da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco).
O representante ainda disse que, nesse momento, é importante “a união de todas as carreiras para impedir repetidos desrespeitos do governo”.
Motivo do processo por danos morais aos servidores
No dia 7 de fevereiro de 2020, o ministro da Economia comparou os funcionários públicos a “parasitas”.
“O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo. O hospedeiro está morrendo. O cara [funcionário público] virou um parasita e o dinheiro não está chegando no povo”, disse o ministro Paulo Guedes. Esse foi o pronunciamento polêmico que ocasionou o processo por danos morais aos servidores.
Ele, ainda no dia 7 de fevereiro, divulgou comunicado para culpar a imprensa por ter retirado sua fala de contexto. Aproveitou para frisar que “reconhece a qualidade do servidor público”.
Além disso, na última segunda-feira (27/04), Paulo Guedes exigiu que os servidores concedessem uma parcela de contribuição na crise provocada pela COVID-19.
“Precisamos também que o funcionalismo público mostre que está com o Brasil. Que vai fazer um sacrifício pelo Brasil, não vai ficar em casa trancado com geladeira cheia e assistindo a crise enquanto milhões de brasileiros estão perdendo emprego”, argumentou Guedes.