Primeiro turno das eleições municipais de 2020 tem abstenção recorde

O primeiro turno das Eleições Municipais de 2020 teve um índice de abstenção recorde. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgados pela Agência Senado, 34,2 milhões de eleitores deixaram de ir votar no último domingo, dia 15 de novembro de 2020. No Brasil, 147 milhões de pessoas estão aptas pelo TSE para votar, portanto, […]

O primeiro turno das Eleições Municipais de 2020 teve um índice de abstenção recorde. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgados pela Agência Senado, 34,2 milhões de eleitores deixaram de ir votar no último domingo, dia 15 de novembro de 2020. No Brasil, 147 milhões de pessoas estão aptas pelo TSE para votar, portanto, o índice de abstenção foi de 23,14%.

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Essa foi a maior abstenção de eleitores desde 1996, o ano em que as urnas eletrônicas foram implementadas no Brasil. A principal causa apontada é a pandemia de COVID-19, que pode ter feito com que a população brasileira evitasse aglomerações. Mas, segundo o TSE, a abstenção política já era uma tendência desde antes do isolamento social.

Porcentagem de abstenção nas Eleições Municipais no Brasil (Fonte: TRE)

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  • Primeiro turno de 1996 – 18.3%
  • Primeiro turno de 2000 – 14,9%
  • Primeiro turno de 2004 – 14.2%
  • Primeiro turno de 2008 – 14.5%
  • Primeiro turno de 2012 – 16.4%
  • Primeiro turno de 2016 – 17,5%
  • Primeiro turno de 2020 – 23.14%

Opinião de especialistas

Em 2016, a abstenção no primeiro turno das Eleições Municipais foi de 17,58%, maior que a das eleições para prefeito e vereador anteriores de 16,41% no ano de 2012. Segundo o especialista Ricardo Caldas, vários fatores justificam a queda da participação dos cidadãos nas eleições.

“Para muitas pessoas não é importante votar. Há uma sensação por parte dessas pessoas que o voto delas não afetam o resultado geral, embora obviamente afete. A penalidade para o não comparecimento também é muito baixa. A pandemia acentuou essa tendência. Penso que ela é irreversível”, disse em entrevista à Agência Senado de Notícias.

Já para o consultor legislativo do Senado Federal, Gilberto Guerzoni, os brasileiros não estão conseguindo se identificar com nenhuma das representações políticas que temos hoje no país. “Acho que isso pode ter sido provocado por uma resistência à política. A ideia de que o nosso sistema representativo não consegue representar a população”, afirmou.

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Abstenção recorde em algumas capitais

Nas cidades do Rio de Janeiro e em Porto Alegre foi visto abstenção recorde já que um terço dos eleitores não foi votar no primeiro turno das Eleições Municipais. Já em São Paulo, maior cidade do Brasil, 29% da população não compareceu às urnas no último domingo. Em metade das capitais do Brasil a abstenção de votos foi superior a 25%.

Na última eleição para os cargos de Presidente, Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Governador, feita em 2018, a abstenção de eleitores no primeiro turno foi de 20,33%. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, previa que as abstenções chegassem até 30% em 2020 em todo o Brasil, mas o resultado foi menor que o esperado.

“Os níveis de abstenções foram inferiores a 25%, portanto, em plena pandemia, nós tivemos um índice de abstenção pouca coisa superior a das eleições passadas”, disse durante entrevista coletiva.

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