Lei do Saneamento Básico determina metas para 2033

Em julho deste ano (2020) foi firmada a Lei do Saneamento Básico. Ela determina que até 2033 o Brasil precisa conseguir atender 99% de sua população com água tratada e 90% com coleta e tratamento de esgoto. Dados do Instituto Trata Brasil revelaram que 24 estados da federação precisam aumentar seus investimentos em saneamento básico […]

Em julho deste ano (2020) foi firmada a Lei do Saneamento Básico. Ela determina que até 2033 o Brasil precisa conseguir atender 99% de sua população com água tratada e 90% com coleta e tratamento de esgoto. Dados do Instituto Trata Brasil revelaram que 24 estados da federação precisam aumentar seus investimentos em saneamento básico para conseguir cumprir com as metas.

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Uma pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil em 2019 sobre investimento e atendimento de água e esgoto no país concluiu que, se as aplicações financeiras continuarem no mesmo nível atual, somente o Distrito Federal, São Paulo e Paraná vão conseguir atingir as metas da Lei de Saneamento Básico. Os três estados já têm quase todos os serviços acessíveis a toda população.

Os dados para a pesquisa são do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), a meta de investimento do Plansab e do diagnóstico realizado pelo consórcio formado pela Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto e a companhia holandesa Klynveld Peat Marwick Goerdeler (ABCON-KPMG).

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Em 2013 havia sido publicado o Plano de Saneamento Básico (Plansab) que tinha metas similares a da nova Lei. O Plansab sugeria o investimento de R$224 bilhões em esgotamento sanitário, R$148 bilhões em abastecimento de água no prazo de 15 anos. A meta total era um investimento de R$373 bilhões (R$24,9 bilhões ao ano), contudo, o valor real investido ficou em R$ 13,1 bilhões (em 2018).

Piores índices de saneamento básico

De acordo com dados do Instituto Trata Brasil, os estados com os menores índices de acesso a água potável são: Ceará (59%), Rondônia (49%), Acre (47%), Pará (46%) e Amazonas (35%). Os piores índices de acesso a tratamento de esgoto são dos capitais: Mato Grosso (36%), Rio Grande do Sul (32%), Pernambuco (28%), Tocantins (26%), Ceará (25%), Rio Grande do Norte e Santa Catarina (24%), Alagoas (21%), Piauí e Maranhão (14%), Acre e Amapá (10%), Amazonas  (7%), Rondônia e Pará (5%).

Necessidade de investimentos

No ano de 2014 houve o maior investimento total em água e esgoto: R$14,2 bilhões (57% do necessário). Mas no período entre 2014 e 2018 aconteceu uma queda de 12,3% nos valores totais aplicados em saneamento básico no Brasil. O investimento em abastecimento de esgoto regrediu 30,9% nesse período. Em 2018, o patamar de investimento em abastecimento de água foi de R$ 5,7 bilhões, um percentual de 7,1% abaixo dos valores aplicados em 2014.

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Segundo os dados do estudo do Trata Brasil, o estado do Amapá é o que mais precisa ampliar seus investimentos em saneamento básico. Para atingir a meta de universalização até 2033, o estado precisaria aumentar em 18,43 vezes, excedendo o valor de R$ 6 milhões anuais investidos entre 2014 e 2018 para R$ 141 milhões.

Em outros 16 estados, a média de recursos aplicados em saneamento básico também foi muito abaixo do necessário para atingir a meta da nova Lei de Saneamento Básico. São eles: Acre, Ceará, Piauí, Maranhão, Rondônia, Pará, Amazonas, Goiás, Bahia, Tocantins, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Paraíba e Alagoas.

De acordo com o estudo, nunca foram cumpridos os valores anuais estimados pelo Plansab para universalizar o acesso ao atendimento de água (tratamento e abastecimento) e esgoto (captação e tratamento).

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