Petróleo fecha abaixo de US$ 20 em quase duas décadas

Brent tem queda de 24,4% para venda de barris com vencimento em junho. O preço do petróleo é o menor desde fevereiro de 2002.

As negociações de barris com vencimento para junho surpreenderam nesta semana. O petróleo tipo Brent teve seu valor taxado abaixo dos US$ 20 pela primeira vez desde 2002. Nesta terça-feira (21), o barril de Brent, que é referência mundial na cotação da commodity, teve uma queda de 24,4% em relação à segunda-feira. O preço final foi de US$ 19,33, o equivalente a R$ 102,13.

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Outro que teve recuo no valor foi o petróleo americano West Texas Intermediate (WTI). A desvalorização dos barris com vencimento para junho foi de 35,78%, chegando a US$ 13,12. Transformando em reais, o preço foi de R$ 69,32. Comparada com a cotação de vencimentos do mês de maio, essa foi uma melhora.

Inesperadamente, na segunda-feira (20), o preço do barril dos EUA atingiu preço negativo pela primeira vez na história, sendo cotado em US$ -37,63. Ou seja, os investidores que estavam na posição de compradores chegaram à conclusão de pagar uma quantia para não precisarem receber os barris, uma vez que não tinham como armazená-los. Mas no fechamento de terça-feira, o valor subiu para R$ 10,01 com valorização de 126,6% do petróleo americano.

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Impacto do coronavírus no preço do petróleo

A mudança brusca na cotação da commodity é devido a um desequilíbrio na oferta e procura do óleo. Isso porque a pandemia de coronavírus demandou que vários países entrassem de quarentena, portanto, diminuindo a necessidade do uso de petróleo. Contudo, a produção não parou, gerando uma problemática na logística de estocagem.

Assim, os investidores começaram uma corrida para vender suas posições com o objetivo de não precisar receber o produto. A situação provocou uma grande queda nos preços, que vem acontecendo desde o início do ano. Por exemplo, o petróleo tipo Brent segue num recuo de 70%, enquanto o WTI tem perda de 78%.

Diante dessa forte instabilidade no preço do petróleo, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) concordaram em diminuir sua produção diária. A Arábia Saudita se posicionou sobre o assunto afirmando que o país está preparado para tomar medidas adicionais em prol de estabilizar a cotação dos barris.

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Enquanto nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump publicou em suas redes sociais que solicitou um plano para injeção de dinheiro na indústria petrolífera. A ideia é que os EUA sobrevivam a ao colapso e falência das companhias de petróleo e gás nos EUA. “Jamais decepcionaremos a grande indústria de petróleo e gás dos EUA. Instruí o secretário de Energia e o secretário do Tesouro a formularem um plano que disponibilizará fundos para que estas empresas e empregos muito importantes fiquem protegidos em um futuro distante!”, afirmou.