Fim do auxílio emergencial causará grandes alterações na economia

O fim do auxílio emergencial está cada vez mais próximo, com o cronograma de pagamentos da Caixa Econômica Federal perto de encerrar. Sendo assim, economistas começam a analisar o futuro financeiro do Brasil e preveem grandes alterações. Acredita-se que a retirada da renda gerada pelo benefício poderá tirar movimentação de R$ 100 milhões em compras […]

O fim do auxílio emergencial está cada vez mais próximo, com o cronograma de pagamentos da Caixa Econômica Federal perto de encerrar. Sendo assim, economistas começam a analisar o futuro financeiro do Brasil e preveem grandes alterações. Acredita-se que a retirada da renda gerada pelo benefício poderá tirar movimentação de R$ 100 milhões em compras durante 2021.

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Criado para minimizar os impactos econômicos da pandemia, o programa conseguiu impedir que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional ficasse negativado. Mesmo com a alta dos preços dos alimentos, as parcelas têm ajudado a população a se manter. Dessa forma, controlando os efeitos prejudiciais à economia.

O economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, explica que haverá uma redução nas movimentações financeiras em todo o país com o fim do auxílio emergencial. No entanto, ele não acredita que isso irá abalar tão duramente o PIB. Segundo Honorato, 2021 não será um ano fácil, mas os efeitos não serão tão complicados como sugerem as expectativas.

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Projeções pós-fim do auxílio emergencial

De acordo com o economista, a poupança que cresceu nos últimos meses ajudará a enfrentar o primeiro trimestre com mais tranquilidade. “Houve um aumento de R$ 1 trilhão nos depósitos nos bancos, que saltaram de R$ 2,3 trilhões para R$ 3,2 trilhões durante a pandemia. A expectativa é que quando o auxílio emergencial acabar, os brasileiros comecem a sacar esse dinheiro da poupança, reduzindo o impacto no crescimento econômico”, pontuou.

Porém, estudos indicam que o fim do auxílio emergencial resultará numa queda de 10% da massa salarial essencial para o consumo. Pesquisas mostram que os efeitos já serão sentidos em grande escala entre janeiro e março de 2021. Neste período, a economia brasileira deve sofrer um momento de tensão e instabilidade.

Sendo assim, Honorato ressalta a necessidade de criar medidas para estimular o desenvolvimento econômico. Como exemplos ele cita:

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  • Baixa dos juros;
  • Amplificação nas ofertas de crédito;
  • Redução dos depósitos compulsórios dos bancos.

O Bradesco calcula que o PIB de 2020 terá retração de 4,5%, e uma expansão de 3,5% no próximo ano. Contudo, esta é somente uma previsão que pode mudar conforme o fechamento da folha do país até dezembro. Segundo o economista, a possibilidade de uma segunda onda de contaminações pela COVID-19 “vai determinar o ritmo de recuperação da economia”. Sobre isso, Paulo Guedes chegou a afirmar que o auxílio emergencial deve voltar em 2021 caso o coronavírus retome força.

Honorato chamou a atenção quanto ao quadro fiscal intensificado por causa da calamidade. A dívida pública brasileira deve ser a maior dos países emergentes, fechando em quase 100%. “Entre as medidas que podem mudar esse quadro estão a aprovação do gatilho do teto de gastos, a PEC do Pacto Federativo, a PC Emergencial e as reformas administrativa e fiscal. Se as reformas avançarem, o Brasil sai fortalecido da pandemia”, concluiu.