Caixa cobra juros mais altos para desempregados e informais, diz Dieese

De acordo com o Dieese, a taxa de 3,99% ao mês cobrada pela Caixa Econômica Federal está muito acima de juros cobrados para outras categorias.

De acordo com levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, o Dieese, a linha de crédito ofertada aos usuários do Caixa Tem apresenta taxas de juros muito superiores aos concedidos pelo mesmo banco a outros públicos. Dessa forma, a Caixa estaria cobrando juros mais altos para desempregados e informais.

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O estudo foi realizado sob pedido da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), que mostra modalidades de empréstimo da Caixa Econômica Federal com taxas de variam de 0,99% até 2,9% ao mês.

Caixa aplica juros mais altos a desempregados e informais

O crédito consignado, oferecido pela Caixa Econômica Federal, oferece juros a partir de 0,99%. O crédito pessoal não-consignado pratica 1,8%, o penhor tem uma taxa de 1,99% e CDC cobra a partir de 2,77%.

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Além disso, o levantamento apontou que a taxa de juros de cheque especial e parcelamento de fatura do cartão de crédito junto à Caixa Econômica Federal, são menores que o crédito aos beneficiários do Caixa Tem, que é de 3,99%.

É importante destacar, ainda, que o crédito tem um valor bem reduzindo, sendo menor que o salário mínimo, por exemplo. A depender da avaliação de crédito, o solicitante pode conseguir o empréstimo entre R$ 300 e R$ 1.000.

Com isso, a sinalização é de que a Caixa Econômica Federal está oferecendo juros mais altos às pessoas com menos condições de assumir dívidas. Em sua maioria, são pessoas desempregadas que dependiam exclusivamente do auxílio emergencial.

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Endividamento das famílias

Uma coisa que chama a atenção, mas que não gera surpresas, é que há um recorde de famílias que estão endividadas, conforme dados de outubro.

Conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, o número de brasileiros endividados cresceu pelo 11º mês seguido, chegando a 74,6% das famílias.

Como muitos dependiam o auxílio emergencial, e ficaram sem o benefício, não possuem outra forma de sobreviver. O Auxílio Brasil começou a ser pago no dia 17 de novembro, mas milhões de brasileiros ficam fora do pagamento.

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Além disso, novos postos de trabalho não foram criado no país e, conforme dados recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, em 2020 15,3 milhões de brasileiros foram demitidos.