Cinema drive-in é alternativa de lazer em meio à pandemia

Nova opção de lazer pode ser benéfica aos espectadores durante pandemia do novo coronavírus. Cinema drive-in já é realidade em algumas cidades.

Com a pandemia do novo coronavírus, as opções de lazer foram reduzidas em razão do isolamento e distanciamento social recomendados. Para reverter esse quadro, existe uma nova aposta de entretenimento crescendo em diversas partes do mundo que é o cinema drive-in, tão popular nos anos 50 e 60.

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O cinema drive-in consiste em um espaço ao ar livre, com grande tela, onde os espectadores assistem aos filmes dos seus próprios veículos. A novidade ressurgiu nos EUA onde 25, dos quase 300 drive-ins, já estão abertos.

O objetivo principal é proporcionar lazer e atrair espectadores que já estão exaustos de ver lives, filmes e TV do sofá de casa. Assim, as pessoas poderão acompanhar os filmes dos seus carros, ao ar livre, e ainda assim garantir o distanciamento social recomendado.

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Por isso, a expectativa é de que a iniciativa seja bem aceita neste período, mas com todas as medidas de higiene adotadas.

Cinema drive-in renasce nos EUA

Originalmente, o primeiro cinema drive-In surgiu nos Estados Unidos, no ano de 1933. No país, ainda estão ativos 300 drive-in e, destes, 25 já estão em funcionamento, segundo a Associação de Proprietários de Cinemas Drive-In.

Apesar disso, algumas medidas tiveram que ser tomadas para o seu funcionamento, como diminuir a capacidade de veículos, orientar os funcionários que usem máscaras e luvas e que os clientes façam seus pedidos de comida online.

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A grande dificuldade, porém, é a inexistência de novos filmes sendo gravados, o que pode diminuir em algum momento a procura pelo cinema drive-in.

Nos Estados Unidos, além de exibir filmes, os proprietários têm a expectativa de que o espaço possa ser utilizado para realização de cultos, formaturas, shows ao vivo e reuniões de igreja. Isso poderá ser possível, no entanto, quando houver relaxamento do isolamento social.

Dubai

Em breve, os moradores de Dubai, no Emirados Árabes Unidos, poderão contar com o novo cinema drive-in criado no telhado de um dos maiores shopping centers do mundo.

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A iniciativa é da VOX Cinemas, que afirma ser permitido duas pessoas por veículo no local a céu aberto, mas com até 75 carros de uma só vez.

Os ingressos custarão o equivalente a 50 dólares por veículo, incluindo pipoca, salgadinhos e bebidas.

No Brasil a prática vem sendo adotada

No estado de São Paulo, isso já é realidade na cidade de Praia Grande. Os ingressos estão sendo vendidos a R$ 15,00 por pessoa.

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Além disso, a produtora Dream Factory, que é responsável pelo carnaval de rua do Rio de Janeiro e outros eventos na cidade, tem o objetivo de levar o cinema drive-in para oito capitais brasileiras a partir de julho.

A expectativa é de expandir a experiência para outras atividades como shows, palestras e apresentações de teatro. A ideia inicial é de utilizar grandes espaços para receber de 150 a 200 carros por evento, com valor de ingresso fixo por veículo. 

Assim, cada Prefeitura local deverá aprovar o projeto para ser iniciado.

Rio de Janeiro

A previsão é de que no dia 28 de maio seja oferecida a oportunidade de cinema drive-in no estacionamento da Jeunesse Arena, na Barra da Tijuca. Cada sessão terá duração de quatro horas e será cobrado o valor de R$ 100 por automóvel.

Há planejamento também de cinema drive-in no estacionamento da Cidade das Artes até o fim do mês de maio. O projeto prevê a capacidade para 150 automóveis e que sua primeira exibição seja do filme “Deus é brasileiro”, em homenagem ao cineasta Cacá Diegues, autor do referido longa, que faz aniversário em maio.

São Paulo

No estado de São Paulo, a opção já está disponível. A rede Cinesystem e um shopping de Praia Grande abriram um drive-in improvisado em seu estacionamento. A programação oferecida é a que estava em cartaz em março de 2020, antes do fechamento em razão do isolamento social.

Para a nova prática, os funcionários passaram a fazer utilização de máscara e luva. Além disso, os pedidos de bebidas e comidas são acompanhados de álcool em gel. A iniciativa tem dado certo e registra uma ocupação média de 90%.

Por isso, a rede de cinemas estuda montar o projeto em outras capitais como Rio de Janeiro, Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre.

Além de ser uma opção de entretenimento, a iniciativa visa contribuir com famílias em situação de vulnerabilidade social e, por essa razão, parte da receita líquida é destinada ao Fundo Social de Solidariedade de Praia Grande.

História do cinema drive-in

Apesar da prática ter se popularizado apenas nos anos 50 e 60, o primeiro registro da atividade foi nos anos 20, no México. O estabelecimento era um Outdoor Cinema, ao ar livre, mas sem vagas para carros.

Alguns outros também foram identificados na década de 20, mas só em 1933 que a invenção foi oficialmente patenteada. Após muitos testes em seu quintal, Richard Hollingshead Jr. abriu o seu cinema, na cidade de Nova Jersey, nos Estados Unidos.

Na época de auge, apenas nos Estados Unidos, existiam mais de quatro mil cinemas drive-ins. A tecnologia da época já permitia que, em muitos cinemas, o público ouvisse o áudio do filme pelo rádio dentro de seus automóveis.

O cinema drive-in tem como característica principal de que são montados em espaços ao ar livre, mas com grande tela, onde os espectadores assistem aos filmes dos seus veículos.