O que aconteceria se entrássemos dentro de um buraco negro?

Já pensou como seria se você pudesse entrar em uma dessas estruturas bizarras?

Só o ato de falar em buracos negros já exige imaginação, criatividade e, claro, alguma noção de Física, afinal esse tipo de estrutura é algo sobre a qual conhecemos pouco ainda. Você já imaginou o que aconteceria se fosse possível simplesmente entrar em um buraco negro?

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Primeiro, é preciso deixar claro que esse tipo de viagem é simplesmente impossível, afinal estamos falando de distâncias absurdas e tecnologias que sequer existem. Dito isso, nada nos impede, com o tanto de informações que já temos a respeito, de especular como seria a bizarra experiência de dar um pulinho num buraco negro.

Existem diversos tipos diferentes de buracos negros, mas vamos imaginar nosso passeio hipotético dentro de um dos modelos mais simples, para não dificultar demais o nosso exercício de abstração.

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Viagem hipotética no buraco negro

Ainda que seja difícil, vamos pensar que estamos entrando em um buraco negro imenso, mas sem rotação ou carga elétrica, certo? Vendo de longe, essa estrutura parece apenas um círculo e não será possível enxergar, de fato, o buraco negro, mas apenas sentir a influência que a sua gravidade terá sobre o seu corpo.

Primeiro, você passará por uma camada conhecida como horizonte de eventos. Chamada também de superfície do buraco negro, ela não chega a ser um espaço com limite físico real, como conhecemos aqui em nossa vida, mas é, na verdade, uma definição de algo que o cérebro humano consegue minimamente compreender.

Nada, nem mesmo a luz, escapa do “engolimento” desse horizonte de eventos e, a partir do momento em que você cruzar essa barreira, já estará em um caminho sem volta. De acordo com as explicações dadas pelo astrofísico Paul M. Sutter, da Ohio State University, essa passagem, breve e fatal, seria uma experiência simplesmente fantástica.

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Viagem fantástica

Digamos que você entrasse em um buraco negro bem grande, que seja pelo menos 1 milhão de vezes maior do que o Sol, aí sim daria tempo de observar alguns fenômenos bonitos e curiosos.

Dentro do horizonte de eventos de um buraco negro, você já não terá qualquer noção espacial de direita, esquerda, para cima ou para baixo. Haverá apenas uma direção e ela será de total singularidade, caminho que você percorrerá ao lado da luz do universo, que será apresentada em frequências altas, por causa da extrema gravidade.

Além disso, entrar em um buraco negro permitiria que você visse um universo muito mais acelerado, fenômeno que existe graças à dilatação do tempo. E detalhe: toda a massa do buraco negro está compactada, na verdade, em um ponto minúsculo e seu corpo sofrerá os efeitos da gravidade extrema: em um evento conhecido como “espaguetificação”, você será totalmente esticado, da cabeça aos pés.

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Os raios de luz ao seu redor farão com que a sua barriga seja espremida, como se fosse um prato. É como se você estivesse usando um cinto de luz ao redor da cintura.

A sua visão também estará totalmente distorcida, até mesmo porque você não terá noção da realidade, mas sim das gigantescas variações gravitacionais que estarão à sua volta. Quando estiver pertinho da singularidade, terá a sensação de que está em um vácuo, um ambiente totalmente vazio, imenso e negro.

Você saberá que chegou ao destino quando a singularidade surgir totalmente em seu horizonte e, bem, é simplesmente impossível saber o que aconteceria nesse ponto, até mesmo porque não há, ainda, materiais capazes de chegar até essas regiões e nos enviar dados para que possamos analisar.

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A principal alteração que você sentiria se estivesse em um buraco negro teria relação com a sua percepção de tempo e espaço.

E aí, você consegue imaginar essas situações que descrevemos ao longo deste texto? É difícil conceber alguns aspectos simplesmente porque esses conceitos fogem à nossa realidade. Ainda bem que há quem estude o espaço e nos ajude a conhecer melhor o que pode existir para além do que podemos compreender.