Redução do Auxílio Emergencial para R$ 300 causa impacto no consumo

A redução do Auxílio Emergencial para R$ 300 trouxe sua principal consequência na economia em todo o país. O comércio começa a sentir o impacto negativo no volume das vendas. continua depois da publicidade A crise econômica decorrente da pandemia teve um pequeno alívio a partir da injeção das três primeiras parcelas de R$ 600. […]

A redução do Auxílio Emergencial para R$ 300 trouxe sua principal consequência na economia em todo o país. O comércio começa a sentir o impacto negativo no volume das vendas.

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A crise econômica decorrente da pandemia teve um pequeno alívio a partir da injeção das três primeiras parcelas de R$ 600. Agora, com o Auxílio Emergencial reduzido a 50%, os brasileiros mais necessitados sentirão na pele o efeito negativo.

O que já ficou evidenciado neste mês de outubro de 2020 é que as vendas nos supermercados sofreram uma redução estimada entre 5% e 10%.

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Esse percentual depende muito da região do país. Mas não deixa de ser preocupante, quando comparamos com o movimento de setembro.

Fábio Queiróz, presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj) afirmou, para uma reportagem do UOL Economia, que “ainda é cedo para calcular a redução”. Mas também enfatizou que o comércio já pôde notar “o impacto e a mudança de preferências de compra”.

Ou seja, até o mês de dezembro, o cenário vai mudar. Os consumidores de baixa renda que têm acesso ao recurso optarão por produtos mais básicos, mais baratos.

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Recuperação econômica com a redução do Auxílio Emergencial para R$ 300

Um editorial da CUT (Central Única dos Trabalhadores), publicado em setembro, constatou o desastre que vai causar a redução de R$ 600 para R$ 300 no valor do Auxílio Emergencial.

Esse decréscimo “compromete a sobrevivência de milhões de brasileiros para quem, nos últimos meses, por causa da pandemia do novo coronavírus, a ajuda foi a única fonte de renda”, diz a CUT.

A Central Única reconhece a relevância do programa governamental emergencial. Também enfatiza seu papel na ativação de “setores ligados à alimentação, ao vestuário, ao comércio e serviços mais básicos, que foram beneficiados pelos recursos injetados, inclusive ajudando a manter empregos”.

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Na visão de Adriana Marcolino, técnica do Dieese da CUT Nacional, o Auxílio garantiu nesses meses o mínimo possível para contornar situações de pobreza na pandemia.

Para Marcolino, por um lado “o auxilio reduziu os impactos, porque com R$ 600 é possível apenas garantir a alimentação básica de uma família de quatro pessoas ao longo do mês”.

Mas, por outro lado, “não garante outros itens importantes do orçamento e reduzir pela metade esse valor coloca a sobrevivência das pessoas em risco”.

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Cesta básica comprometida

O fato é que, se com o Auxílio Emergencial de R$ 600 fornecido pelos primeiros três meses a garantia de compra da cesta básica já estava comprometida, imagine agora, com esses últimos três meses de R$ R$ 300?

Dependendo da cidade onde a família resida, receber R$ 300 de ajuda governamental significa passar mais da metade do mês tendo que recorrer a outros tipos de ajuda solidária.

A técnica do Dieese considera um erro do governo promover essa redução do valor, pelo impacto que o programa governamental tem na economia. Esse impacto traduziu-se no retorno do investimento por meio dos impostos pagos pelos cidadãos beneficiados.

Afinal de contas, dos R$ 186,90 bilhões arrecadados em impostos até agora, um valor aproximado de R$ 100,7 bilhões foi correspondente aos impostos do consumo.