Teto pode ser flexibilizado em segunda onda de pandemia, diz Guedes

O teto de gastos, que restringe o crescimento das despesas federais à inflação, pode ser flexibilizado em caso de segunda onda de pandemia no Brasil. Foi isso o que afirmou o Ministro da Economia, Paulo Guedes. No entanto, ele teceu criticas às tentativas de criar gastos permanentes que resultem na violação do limite. continua depois […]

O teto de gastos, que restringe o crescimento das despesas federais à inflação, pode ser flexibilizado em caso de segunda onda de pandemia no Brasil. Foi isso o que afirmou o Ministro da Economia, Paulo Guedes. No entanto, ele teceu criticas às tentativas de criar gastos permanentes que resultem na violação do limite.

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Ainda de acordo com Guedes, em um ano atípico como este, gastos com objetivo de “ganhar eleição” retiram a principal âncora fiscal que restou “Agora, você furar teto para fazer política, para ganhar eleição, para garantir, isso é irresponsável com as futuras gerações. Isso é mergulhar o Brasil no passado triste de inflação alta”, afirmou.

Por causa do estado de calamidade pública, em razão da pandemia do novo coronavírus, as metas de déficit primário e a regra de ouro foram abolidas para 2020.

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Teto pode ser flexibilizado

Para o Ministro da Economia, a única justificativa para flexibilização do teto é com uma segunda onda de pandemia do novo coronavírus no Brasil. “Uma coisa é você furar o teto porque você está salvando vidas em ano de pandemia, e isso ninguém pode ter dúvidas. Se a pandemia recrudescer e voltar em uma segunda onda, aí sim nós decisivamente vamos fazer algo a respeito. E, aí sim, é o caso de você furar o teto”, declarou o ministro.

Guedes falou com a imprensa na portaria do Ministério da Economia, após reunião virtual com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Renda Cidadã

O Governo Federal anunciou a criação de um novo programa social, o Renda Cidadã, que substituirá o Bolsa Família.

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Para financiar o novo programa, o governo chegou a anunciar que usaria parte dos recursos do novo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e de precatórios (valores devidos após sentença definitiva na Justiça).

Porém, com a má recepção da ideia, o governo estuda agora extinguir o desconto de 20% aos contribuintes que optam pela declaração simplificada do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF).

“Vamos ter que dar uma turbinada neste programa sim. Mas precisa furar teto? Não”, declarou o ministro.

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Apesar do esforços de lideranças, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já deixou claro a auxiliares e interlocutores que não irá avalizar medidas impopulares para o financiamento do Renda Cidadã antes do resultado das eleições municipais. Sendo assim, a decisão segue adiada para dezembro.